Santidade: Um Chamado para os Cristãos Batalharem o Pecado e Buscarem a Deus – J.C. Ryle

Santidade: Um Chamado para os Cristãos Batalharem o Pecado e Buscarem a Deus – J.C. Ryle

Aquele grande teólogo, John Owen, o Deão da Igreja de Cristo, costumava dizer, a mais de duzentos anos atrás, que havia pessoas cuja religião inteira parecia consistir em reclamar sobre suas próprias corrupções e dizer a todos que eles não podiam fazer nada de si mesmos. Temo que depois de dois séculos a mesma coisa pode ser dita com verdade sobre algumas pessoas que professam Cristo neste dia. Sei que há textos nas Escrituras que justificam tais queixas. Não me oponho a eles quando os mesmos provêm de homens que andam nos passos do apóstolo Paulo e lutam o bom combate, como ele fez, contra o pecado, o diabo e o mundo. Mas eu nunca gosto de tais reclamações quando vejo motivo para suspeitar, como costumo fazer, que eles são apenas uma capa para cobrir a preguiça espiritual e uma desculpa para a indolência espiritual. Se dissermos com Paulo: “Miserável homem que eu sou”, vamos também ser capaz de dizer com ele: “Prossigo para o alvo.” Não vamos citar o seu exemplo por um lado, enquanto não seguimo-lo por outro (Rm 7:24; Fil 3:14).

Eu não afirmo ser melhor do que os outros; e se alguém perguntar, “O que é você, que você escreva dessa maneira?” Eu respondo, “verdadeiramente, sou uma criatura muito pobre”. Mas eu digo que não posso ler a Bíblia sem desejar ver muitos crentes mais espirituais, mais santos, mais unidos, com mais pensamentos celestiais, mais sinceros do que eles são no século dezenove. Quero ver entre os crentes mais de um espírito peregrino, uma separação mais determinada do mundo, uma conversação mais evidentemente celestial, uma caminhada mais próxima de Deus; e, portanto tenho escrito da forma que tenho escrito.

Não é verdade que precisamos de um padrão mais elevado de santidade pessoal neste dia? Onde está a nossa paciência? Onde está o nosso zelo? Onde está o nosso amor? Onde estão as nossas obras? Onde está o poder da religião a ser visto, como era em tempos passados? Onde está aquele tom inconfundível que distinguia os antigos santos e sacudia o mundo? Verdadeiramente a nossa prata tornou-se em escória, o nosso vinho misturado com água, e nosso sal tem muito pouco sabor. Estamos todos mais do que meio adormecidos. A noite é passada, e o dia está próximo. Vamos acordar e não dormir mais. Vamos abrir os nossos olhos mais amplamente do que temos feito até este momento. “Deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia”. “Purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”. (Heb. 12:1; 2 Cor 7:1). “Cristo morreu”, diz Owen, “e deverá o pecado viver? Foi Ele crucificado no mundo, e deverão nossos afetos para o mundo serem vivos e ativos? Oh, onde está o espírito daquele, que pela cruz de Cristo foi crucificado para o mundo e o mundo para ele?”

(extraído de: Capítulo 3: Santidade na Santidade: Sua Natureza, Obstáculos, Dificuldades e Raízes, J.C. Ryle)

Tradução: Nathan H.A. Cazé
Blog: monoergon.wordpress.com
Fonte: http://www.erictyoung.com/2011/05/20/holiness-a-call-for-christians-to-battle-sin-and-pursue-god-%E2%80%94-j-c-ryle/

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